domingo, 10 de fevereiro de 2019

Somos tão pequeninos!

Todos os dias decidimos sobre muitas coisas: sobre o que vestir, o que fazer para o almoço, para onde viajar, de como queremos a nossa casa, quantos filhos vamos ter, onde queremos viver, as pessoas que queremos manter ou não ao nosso lado, etc...enfim, uma série de decisões que vamos tomando ao longo da vida e que sem nos apercebermos são elas que vão desenhando o nosso caminho neste mundo.

 À nossa maneira e ao nosso jeito, vamos vivendo aquilo que temos de mais precioso: a vida. Na nossa correria do dia-a-dia procuramos todos o mesmo. Ser felizes. Vivemos na busca incessante da felicidade, da conquista dos nossos sonhos, da procura da perfeição neste mundo imperfeito. 

Somos seres, de forma constante, insatisfeitos. Queremos sempre algo. O que temos nunca chega, nunca nos completa a cem por cento. Tem que haver mais e mais...Fazemos imensos planos estratégicos, profissionais e emotivos de todos os tipos e mais alguns. A intenção é chegar lá. Onde? Nunca saberemos? Porque quando lá chegamos, se chegamos, aquilo que pensávamos que queríamos já há muito que se alterou ou transformou em algo mais. E vivemos nesse ciclo vicioso todos os dias.

E é nessa forma de vida, que muitas vezes, andamos literalmente a dormir. 

A vida encarrega-se de nos mostrar que somos tão insignificantes e pequeninos. Que o poder que achamos ter sobre o que quer que seja não existe. E não temos qualquer influência sobre o que quer que seja. De repente ficamos sem chão e tudo o que pensamos ter construído se desmorona com uma rapidez maluca que se não tivermos uns bons alicerces ai de nós, que nos perdemos de vez.

Não é preciso muito para conseguir isso. Por vezes são breves instantes, segundos até. É com cada bofetada que levamos que passamos de um momento com tudo para um em que ficamos sem nada e sem saber o que fazer.Colocamos tudo em questão e procuramos um sentido para aquilo que não tem sentido nenhum.

A mim, não me aconteceu nada. Nem a mim nem aos meus. Mas não posso e nem consigo ficar indiferente a uma mãe que perde um filho. Uma criança, aparentemente saudável morre com um ataque cardíaco. A vida desta mãe é devastada e virada do avesso em minutos. É-lhe retirado um filho sem pedir permissão. É lhe roubado uma das coisas que mais amava e pela qual fazia tudo. É lhe negado o que um dia desejou muito e que foi das melhores coisas que lhe aconteceu: Ser Mãe.

Haverá dor maior que a perda de um filho? Haverá maior crueldade ou injustiça da parte da vida? Como é que uma Mãe suporta isto? Como ela diz a outro filho que o mano partiu? Como ela volta-se a erguer? Como será a vida deste casal daqui para a frente? Como entender o que não tem explicação possível? O que é este pai e esta mãe?

É contra natura. Ė incompreensível. É preciso coragem. É preciso muita força e amor para conseguir levantar de novo. 

5 comentários:

  1. Eu não sei como me levantaria... penso que não me levantaria... deixava-me ir... não sei... pensei nisso aqui à dias... não sei mesmo!!!

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  2. Não sou mãe, mas adorava ser, por isso posso imaginar o quãon duro deve ser. Talvez a maior perda pelo qual um ser humano passa...

    Beijinho
    www.danielasilva.pt

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    1. Pois eu também não sou. E não consigo imaginar tamanha dor. E espero nunca vir a sentir tal coisa.

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  3. Ninguém consegue perceber tamanha tragédia.
    Infelizmente tenho casais próximos que já viveram (vivem) essa dor, cada qual reagindo à sua maneira. Uns ergueram-se outros vão morrendo, também, a cada dia.

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