sexta-feira, 12 de maio de 2017

A propósito da vinda do Papa



O mundo deve ter parado hoje a partir das primeiras horas da manhã. Hoje, na síria aproveitaram para recarregar o armazenamento de guerra. Nos EUA não vai há mau tempo, o Donald Trump deve estar a fazer a sesta e a Angela Merkel terá um chá das 5 com as amigas.  

Hoje, nos canais portugueses não se fala nem se dá importância a esta gente. O tema principal é outro. A vinda do Papa ao nosso país. Portugal parou, ou pelo menos mais de metade parou. 

Não tenho nada contra o Sr. Aliás até simpatizo com ele. Da personalidade que não segue o protocolo. Da simplicidade dos gestos. Da genuinidade das palavras. Das ações que não vão pelas regras. Um Homem muito mais "à frente". Na minha opinião, que vale o que vale, é o que a Igreja precisa. Já há muito que também parou no tempo.

No fundo, a minha indignação não é diretamente com o Papa. É com o simples fato de ter sido publicado despacho por parte do Estado onde se justifica a tolerância de ponto para os funcionários públicos no dia 12/05/2017, pelos seguintes motivos: "interesse de grande numero de pessoas"; "contingências de segurança associadas" e "tradição já existente".

Ora, cheguei às seguintes conclusões:
 - Portugal é só constituído por funcionários públicos?
 - Só eles tem o direito de ver o papa ou ter feriado? (sim, porque muitos tem um feriado e não ligam patavina ao papa. Mas para esses é feriado!)
 - Não está consagrado na constituição o direito à igualdade?
 - São os funcionários públicos que estão a trabalhar na segurança do evento?
 - A tradição neste país é uns serem mais que os outros?

E por último, e não menos importante: Não sou funcionária do setor publico. Não sei o que são tolerâncias de ponto. Mas trabalho para o Estado todos os dias. Mas esse "beneficio" eu tenho, sem pedir. É um dado adquirido. 



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