O mundo deve ter parado hoje a partir das primeiras horas da manhã. Hoje, na síria aproveitaram para recarregar o armazenamento de guerra. Nos EUA não vai há mau tempo, o Donald Trump deve estar a fazer a sesta e a Angela Merkel terá um chá das 5 com as amigas.
Hoje, nos canais portugueses não se fala nem se dá importância a esta gente. O tema principal é outro. A vinda do Papa ao nosso país. Portugal parou, ou pelo menos mais de metade parou.
Não tenho nada contra o Sr. Aliás até simpatizo com ele. Da personalidade que não segue o protocolo. Da simplicidade dos gestos. Da genuinidade das palavras. Das ações que não vão pelas regras. Um Homem muito mais "à frente". Na minha opinião, que vale o que vale, é o que a Igreja precisa. Já há muito que também parou no tempo.
No fundo, a minha indignação não é diretamente com o Papa. É com o simples fato de ter sido publicado despacho por parte do Estado onde se justifica a tolerância de ponto para os funcionários públicos no dia 12/05/2017, pelos seguintes motivos: "interesse de grande numero de pessoas"; "contingências de segurança associadas" e "tradição já existente".
Ora, cheguei às seguintes conclusões:
- Portugal é só constituído por funcionários públicos?
- Só eles tem o direito de ver o papa ou ter feriado? (sim, porque muitos tem um feriado e não ligam patavina ao papa. Mas para esses é feriado!)
- Não está consagrado na constituição o direito à igualdade?
- São os funcionários públicos que estão a trabalhar na segurança do evento?
- A tradição neste país é uns serem mais que os outros?
E por último, e não menos importante: Não sou funcionária do setor publico. Não sei o que são tolerâncias de ponto. Mas trabalho para o Estado todos os dias. Mas esse "beneficio" eu tenho, sem pedir. É um dado adquirido.
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