quarta-feira, 17 de maio de 2017

Refugio de mim



Há dias em que não me apetece nada. E "nada" é mesmo tudo nesses dias.  Não sair da cama pela manhã parece-me a solução ideal. Deixar-me estar aninhada por debaixo do lençol é tudo o que quero. Ou então, que me apareça o aladino da lanterna mágica e me concretize o desejo de ser de noite novamente para que eu possa continuar no meu sono profundo. 

Saber que tenho de colocar os pés no chão e ir à minha vidinha, dá-me asía. O melhor mesmo era que o mundo se esquecesse de mim por breves instantes e me deixasse só por um bocadinho. No meu canto. Sozinha.

Nesses dias dou tudo para poder desligar o telemóvel. Qualquer voz me irrita e quaisquer palavras soam-me a descabidas. A paciência não me assiste. O cansaço invade-me. Tenho vontade de mandar tudo para outro lado (que sabemos qual é mas que não convém dizer). Vontade de desistir dos sonhos, das metas, das pessoas, de mim! Apetece-me perder-me e não ser encontrada. Deixar tudo para trás. Não continuar. Não recomeçar. Não nada.

E o que é que eu faço? Nada. 

Não há nada que se possa dizer que suavize a luta interior. Nada vale de nada.

É nesses momentos que sei, que preciso de parar. Parar em todos os aspetos. Preciso de estar comigo. Preciso de estar sozinha. Preciso de apreciar a minha companhia. Preciso de me rever, de me analisar. Preciso do meu refugio e tudo o que ele me possa dar. Preciso de paz. Mas isso leva tempo. O seu tempo. Aquele tempo que muitas das vezes não temos.

Parar é importante. Sabermos o que nos move ainda mais importante é. Por isso, é normal que tenhamos estes momentos de dúvidas. Fazem parte. (Estão lá toda a noite a passear na cabeça para pela manhã dar o ar da sua graça). O que importa é sabermos desligar a máquina de vez em quando e reinicia-la com as devidas atualizações se for caso disso.

Não gosto desses dias. Porque a mim só me apetece dormir. Mas tenho-os. São raros. Mas existem. E ainda bem. E duvido que seja a única de que os tenha.

Já vos disse que tenho mau feitio? (ahahah)

E já agora, hoje não é desses dias porque se fosse com toda a certeza não tinha escrito este post.